Mãe de Isabella Nardoni lamenta soltura de Alexandre: “Minha filha não volta e ele está em liberdade”

A mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, fez um forte relato sobre a soltura do pai e autor do crime contra a criança, Alexandre Nardoni. Ana diz que a decisão foi “lamentável” e “um absurdo”. Cumprindo semiaberto desde 2019, Alexandre recebeu a permissão para cumprir o resto da pena em regime aberto nesta segunda-feira (6/5). As falas foram feitas para o jornal O Globo.

“Fico com a impressão de que o crime compensa em nosso país, pois as leis são muito brandas, há muitas brechas para redução de pena e liberdade antecipada. Não entra na minha cabeça um criminoso que matou a própria filha ser condenado a 30 anos e sair da cadeia tendo cumprido pouco mais da metade. Enquanto isso, eu fico presa num sentimento de saudade da minha filha”, desabafou ela.

Ana relata que continua sua luta para pôr um fim nas saidinhas e progressões de pena, condições que, segundo ela, causam dor às famílias atingidas pelos crimes. “Na verdade, queria saber por que ele saiu da cadeia sem fazer o teste de Rorschach, já que outros criminosos fizeram e até perderam a liberdade porque foram reprovados. De onde vem todo esse privilégio?”, questiona.

Alexandre foi submetido somente a exames criminológicos, mas não ao teste de Rorschach, que busca captar elementos e traços da personalidade para saber se o presidiário está apto a conviver em sociedade.

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“Minha filha não vai voltar, e ele está em total liberdade de fazer o que quiser, de continuar a vida, de estar aí pelas ruas, assim como eu, assim como você. Então, é dolorido para quem é da família, é triste, é lamentável ver que a nossa Justiça permite com que isso aconteça”, lamentou Ana Carolina.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu o “imediato regresso de Alexandre Nardoni ao regime semiaberto”. O documento denota que Alexandre “praticou crime hediondo bárbaro ao matar a filha de 5 anos, tendo demonstrado frieza emocional, insensibilidade acentuada, caráter manifestamente dissimulado e ausência de arrependimento”.