A Polícia Civil do Paraná indiciou um homem de 35 anos pelo crime de discriminação e preconceito contra a população […]

Homem é indiciado por homotransfobia em Ponta Grossa após comentário em rede social

A Polícia Civil do Paraná indiciou um homem de 35 anos pelo crime de discriminação e preconceito contra a população LGBTQIAPN+ em Ponta Grossa. O caso ocorreu após o suspeito publicar um comentário em rede social fazendo referência à tragédia da Boate Kiss no contexto da inauguração da casa noturna “Cats Club”, voltada ao público LGBTQIAPN+.

O inquérito policial, conduzido pelo 2º Distrito Policial de Ponta Grossa, apurou que o investigado escreveu: “Tomara que aconteça igual à Boate Kiss”, em uma postagem sobre a abertura do estabelecimento. A tragédia da Boate Kiss, ocorrida em 2013, deixou 242 mortos e centenas de feridos, tornando a declaração motivo de grande repercussão e indignação.

Em seu depoimento à polícia, o homem afirmou que o comentário era apenas uma “brincadeira” e que poderia ser interpretado de diferentes formas. Ele negou qualquer intenção discriminatória ou ameaçadora, embora tenha admitido que sua fala foi “infeliz”. Após a repercussão do caso, sua conta na rede social foi cancelada.

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Crime de Homotransfobia

A Polícia Civil ressaltou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero foi equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da ADO 26/DF, com base na Lei 7.716/89. Esse tipo de crime é considerado inafiançável e imprescritível, conforme previsto na Constituição Federal.

O delegado responsável pelo caso, Derick Moura Jorge, destacou a gravidade das manifestações de ódio e intolerância, especialmente em ambiente virtual.

> “É fundamental que a sociedade compreenda que a liberdade de expressão encontra limites no respeito à dignidade humana e que comentários discriminatórios em redes sociais não estão protegidos pelo direito à livre manifestação”, afirmou.

Com a conclusão do inquérito, o caso foi encaminhado ao Ministério Público, que analisará as próximas medidas judiciais.

informações e imagem: Polícia Civil do Paraná

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